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Debora Diniz vence Prêmio Jabuti com o livro “Zika”
Antropóloga, pesquisadora e professora de bioética venceu na categoria Ciências da Saúde
O livro “Zika, do sertão nordestino à ameaça global“, de Debora Diniz, é vencedor do Prêmio Jabuti, a mais importante premiação literária do país, na categoria Ciências da Saúde.
A autora é antropóloga, pesquisadora e professora de bioética na Universidade de Brasília e na Fundação Oswaldo Cruz. Débora acredita que o livro tem uma dupla identidade. “Ele conta a história de duas epidemias no Brasil, a do vírus zika e a da microcefalia, mas a partir da perspectiva do vivido”, avalia a vencedora do Prêmio Jabuti.
A professora da UnB é uma contadora de histórias da ciência pelos sentimentos dos personagens. “Seja a alegria de um cientista ao isolar o zika em uma máquina de laboratório, ou a angústia das mulheres em uma sala de ecografia. As dores de cada mulher que conheci me afetaram profundamente e tentei ser fiel a esses sentimentos na escrita do livro. Mas também não posso me confundir: a dor não era minha, é uma dor só delas. E esse é o desafio de uma escrita sobre as dores de outra pessoa, ser leal e respeitosa, mas reconhecer que o sofrimento é vivido por outra biografia. O livro é um testemunho imediato dessas vozes e sentimentos”, conta.
O livro conta a história do descobrimento do vírus e a de uma de suas mais trágicas consequências: a microcefalia em crianças nascidas de mães afetadas pelo vírus.
Pesquisa na Paraíba e o livro “Zika”:
Para escrever a obra, Debora Diniz, que dirigiu também o documentário “Zika”, no qual aparecem muitos dos personagens do livro, passou temporadas em Campina Grande, na Paraíba, onde acompanhou consultas, esteve em salas de espera, visitou pacientes no interior e participou de seminários.
Reconhecido como um dos mais tradicionais e abrangentes prêmios literários, o Jabuti anunciou os vencedores das 29 categorias de sua 59.ª edição. Este ano, foram inscritos 2.460 livros.