Cultura
Obra de Lina Bo Bardi no Brasil inspira Bienal em Veneza
Museu de Arte de São Paulo, o Masp, obra da arquiteta inspirou curadoras do evento
A 16º edição da Bienal de Arquitetura que acontecerá entre os dias 26 de maio e 25 de novembro e que será apresentada para a imprensa em primeira mão nesta sexta-feira (25) nos famosos Giardini, no Arsenale e em outros lugares de Veneza, na Itália, tem a curadoria das irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, vencedoras do Leão de Prata de 2012, se chamará “Freespace”.
A Bienal se focalizará na “capacidade da arquitetura de oferecer espaços livres e suplementares a quem faz uso deles” e, por isso, o “freespace” representará “a generosidade de espírito e o sentido de humanidade que a arquitetura coloca no centro da própria agenda”.
Lina Bo Bardi inspira Bienal de Arquitetura italiana
Para explicar o “freespace”, as curadoras usaram como exemplo o trabalho feito pela arquiteta de origens italianas Lina Bo Bardi no Museu de Arte de São Paulo, o Masp, na qual a projetista decidiu “tirar” a construção do chão “não por orgulho estético, mas para criar uma vista que permitisse que qualquer um visse a cidade do alto”. Um manifesto teórico sobre o tema da mostra fala da “oportunidade de enfatizar os dons gratuitos da natureza, como o da luz – a luz do sol, da lua -, o do ar, a da força da gravidade, e dos materiais – os recursos naturais e artificiais” e do fato de que a bienal “pode ser um espaço de oportunidade, um espaço democrático, não ‘programático’ e livre para usos ainda não definidos”.
Primeiro edifício em madeira no Brasil terá destaque na Bienal
Com o tema do Pavilhão Brasileiro “Muros de Ar” Triptyque Architecture apresenta projeto na Bienal de Arquitetura de Veneza – o edifício URBAN FOREST, o primeiro edifício em madeira no Brasil ( Vila Madalena – São Paulo), previsto para 2020.
De uso misto de 13 andares com área total de 4.700 m² permite múltiplos usos, como co-working, co-living, lojas e restaurantes. Ambos os espaços, comum e privado, interagem com a cidade e o público.
O projeto URBAN FOREST tem como proposta criar uma ligação entre o interior e exterior do ambiente construído. Entre o público e o privado, espaços que convidam adentrar o projeto em suas áreas comuns, desconstruindo “Muros” físicos e mentais aos quais vivemos aprisionados. Um novo olhar sobre projetos arquitetônicos e sobre a construção que possibilita transposições culturais, que integra disciplinas, resignifica comportamentos, conceitua novas ambiências e amplia perspectivas éticas.
A escolha de materiais biológicos na arquitetura dimensiona uma nova maneira de viver com mais consciência, questiona as formas de pensar e fazer arquitetura.
O uso da madeira como material estrutural é um modelo para a arquitetura urbana sustentável: a madeira é o único material de construção renovável e que retém o gás carbônico acumulado em todo o seu ciclo de vida.