Em meio a um poderoso time de atrizes que já brilha há anos na TV, como Fernanda Montenegro, Nívea Maria, Juliana Paes e Jussara Freire, a atuação de uma estreante chama a atenção nessa primeira fase da novela “A Dona do Pedaço”, no horário nobre da TV Globo. Com 15 anos de carreira, entre o cinema e o teatro, as cenas impactantes da atriz Áurea Maranhão, como a justiceira Ticiana, na novela de Walcyr Carrasco surpreendem o telespectador de forma arrebatadora.

Escalada apenas para a primeira fase da novela, Áurea sonhava fazer TV. Ela nasceu em Manaus e seu mudou para São Luís ainda criança. Criada no Maranhão, assumiu e incorporou o estado ao sobrenome. Aos 17 anos,  entrou para um grupo de teatro universitário e nunca mais parou. Dois anos depois  fez exame de admissão na EAD, a famosa Escola de Arte Dramática da USP e acabou se mudando para São Paulo, em 2007. De família humilde, lembra que, lá no início, fazia longas caminhadas para ir aos ensaios, por não ter dinheiro da passagem. “Foi muita luta até aqui. E sei que ela continua…”, diz.

Em São Paulo, ela se juntou ao Ap 43, grupo de pesquisa em cinema que a levou para o meio. Áurea Maranhão estará em dois filmes prontos para serem lançados, “Terminal Praia Grande”, de Mavi Simão, e “Anna”, de Heitor Dhalia, além de “Chá da Tarde” e “Mala Preta”, curtas-metragens dirigidos pela própria. Já no teatro ela estreia no segundo semestre o solo “Mergulho”, espetáculo que pretende levar em turnê pelo país: “Durante muitos anos achei que era só atriz, mas quando voltei ao Maranhão após terminara a faculdade, entendi que não sou só atriz, sou artista. Preciso estar me mexendo, propondo projetos, não só para me sustentar, mas porque sou uma artista política que pensa na política brasileira”, explica.

Encontro com a dama da dramaturgia brasileira

Áurea estava na sala de caracterização da novela, sendo maquiada e penteada, quando encontrou pela primeira vez com Fernanda Montenegro, que vive Dulce na trama: “Ela entrou parecendo uma borboletinha sorridente, cumprimentando todo mundo, eram mais de 30 pessoas ali. Comecei a chorar tanto, muito mesmo. Aí Dona Fernanda veio até a mim e perguntou “por que você está chorando? Seja muito bem-vinda!”, e me deu um abraço. Chorei ainda mais”, conta Áurea. E ninguém tem dúvida; nasce uma estrela.