Cultura
Areias de Copacabana ganham pintura biodegradável do artista Saype
Rio de Janeiro entra pra galeria das 30 cidades dos 5 continentes nessa corrente humana.
O Rio de Janeiro é a 15ª etapa do Beyond Walls, projeto do artista francês Saype (Guillaume Legros). Ele imprimiu suas obras no Posto 2 de Copacabana e no Morro do Zinco, no Estácio.
As pinturas são tão grandes que só do alto dá para ver. A da praia de Copacabana, por exemplo, já sumiu sem deixar vestígios. As tintas que o pintor usa são biodegradáveis, à base de carvão vegetal e giz, e se esvaem rápido.
Saype já circulou por boa parte das 30 cidades nos cinco continentes vão dar as mãos com megapinturas no chão. O objetivo dessa volta ao mundo em 30 cidades é gerar um movimento social de bondade e solidariedade e mostrar que os grandes desafios sociais e ambientais dependem de uma ação conjunta – representada pela imagem das mãos entrelaçadas.
“Acredito que o artista tem uma grande responsabilidade. Temos grande visibilidade, e é importante se mobilizar sobre as questões de sustentabilidade. E há um forte aspecto social no meu trabalho. Sempre que falamos de sustentabilidade, tem também o social e a economia, que são os três pilares do desenvolvimento sustentável”, fala Saype.
Além de pesquisas ambientais com os pigmentos que são usados, há estudos de solo, fauna e flora antes de pintar, durante e até três anos depois, para se ter uma imagem do impacto ambiental. Os pigmentos são enviados várias vezes para análises na França e em Miami.
Pintura nunca é a mesma
A pintura nunca se repete, raras exceções. Como a que foi reproduzida nas areias de Copacabana, originalmente pintada em uma das praias da República de Benin, pequeno país localizado na África Ocidental.
Segundo Saype, de Benin partiram milhões de pessoas que foram levadas escravizadas em porões de navios. Muitas desembarcaram no Rio de Janeiro.
Veja as obras de Saype no Rio e o artista em cena