Cultura
Maranhense Maria Firmina dos Reis será homenageada na 20ª edição da Flip
A escritora romântica é a primeira mulher negra homenageada da Festa Literária
A escritora maranhense Maria Firmina dos Reis é uma das homenageadas da 20ª Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro, sendo a primeira mulher negra a alcançar esse feito. Ela é considerada a primeira escritora brasileira, segundo a Biblioteca Nacional. A feira vai acontecer entre os dias 23 a 27 de novembro em Paraty, no Rio de Janeiro. Entre os muitos feitos da escritora maranhense, ela também foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora primária, escreveu o primeiro livro brasileiro abolicionista, “Úrsula”, de 1859, contado a partir do ponto de vista dos escravizados.
A maranhense também foi a primeira professora a fundar uma sala de aula mista, de meninos e meninas, no Maranhão, algo que era inadmissível para a época. O sociólogo Rafael Balsieiro Zin aponta que, até 2017, a vida de Maria Firmina era desconhecida do grande público, tendo ganhado reconhecimento e notoriedade somente nos últimos anos, com o crescimento das pesquisas a respeito da vida e obra dela.
“Úrsula é considerada a obra inaugural do Romantismo brasileiro no que diz respeito à literatura de autoria feminina, e ela também é a primeira obra que inclui o drama do cativeiro, da abolição dentro de uma narrativa, só que com uma novidade, a personagem negra principal, que aparece ao longo dos capítulos, ela fala em primeira pessoa. Até então, o negro era objeto da literatura e ele passa a ser o tema”, explica o sociólogo Rafael Balsieiro Zin.
As fontes apontam que, aos oito anos de idade, ela se mudou para a Vila de Guimarães hoje cidade de Guimarães, no norte do Maranhão, onde foi criada pela mãe e pela tia materna, onde foi educada e aprendeu a ler e escrever.
Maria Firmina dos Reis morreu aos 95 anos na cidade de Guimarães, onde morou desde criança e atuou como professora e escritora. Embora não tenha tido reconhecimento quando ainda estava em vida, nos últimos anos, Firmina vem ganhando o destaque que merece na história.
A autora também foi homenageada com um busto na Praça do Pantheon, na capital do Maranhão nos anos 80, após ser descoberta pelo escritor Nascimento de Moraes.