A celebração de cem anos de arte moderna no Brasil põe foco na participação de Anita Malfatti no movimento que mudou o curso da história da arte no Brasil. As extravagâncias expressivas da artista sinalizavam o impacto que a arte de vanguarda tivera sobre ela durante o período de aprendizado na Alemanha (1910-1914) e nos Estados Unidos (1915-1916).
Há cem anos São Paulo assistia à inauguração da “Exposição de pintura moderna Anita Malfatti”. Do conjunto ali reunido, chamavam especial atenção as paisagens construídas por meio de manchas de cores fortes e contrastantes, e, nos retratos, os enquadramentos insólitos, as deformações anatômicas e um colorido não naturalista. A mostra, não tão bem vista pela crítica, foi recebida com assombro e curiosidade pelo público: a visitação foi intensa, e Anita chegou a vender oito quadros.
Além do belíssimo conjunto expressionista que a consagrou como estopim do modernismo brasileiro, a artista transitou pelas refinadas pinturas naturalistas das décadas de 1920 e 1930, e aquelas mais próximas à cultura popular, presente nos trabalhos dos anos 1940 e 1950.
Anita Malfatti, uma artista ímpar, sintonizada com seu tempo e com diferentes aspectos de um modernismo que ajudou a construir.
Bio: Anita Malfatti
Anita Catarina Malfatti nasceu em São Paulo no dia 2 de dezembro de 1889. Sua mãe, Eleonora Elizabeth Krug (1866-1952), uma norte-americana professora de pintura, foi a responsável por iniciar a menina no universo das artes plásticas. O pai, Samuel Malfatti, era um engenheiro italiano que faleceu quando Anita tinha dezessete anos.
Como a jovem tinha o braço/mão direita atrofiados por conta de um problema de saúde congênito, precisou aprender a criar e a escrever com a mão esquerda.
A moça se formou professora antes de completar a maioridade. Com muito treino e estudo, Anita se tornou desenhista, gravurista, pintora, ilustradora e também professora, um dos maiores nomes das artes plásticas brasileira.
Algumas obras: