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Arany Santana é a primeira mulher a comandar a Secretaria de Cultura da Bahia
Atriz, gestora e educadora, ela tem histórico atrelado à cultura e militância étnica
Ex-diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias (2011-2017), unidade da SecultBA, Arany Santana possui um histórico atrelado à cultura e militância étnica que resiste há anos. Ela é ex-diretora do Ilê Aiyê, mais antigo movimento negro do Brasil; e co-fundadora do Movimento Negro Contra a Discriminação Racial, hoje Movimento Negro Unificado.
Como educadora, tem uma trajetória voltada para a alfabetização de adultos iletrados, à arte-educação e ao ensino de cultura africana.
Como atriz participou de filmes como “A Idade da Terra“, de Glauber Rocha, “O Jardim das Folhas Sagradas“, de Póla Ribeiro, e “Capitães da Areia“, de Cecília Amado.
Na gestão pública, foi a primeira Secretária Municipal da Reparação, em 2003, e esteve à frente da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Estado da Bahia, em 2010.
Primeira mulher a assumir a pasta da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, sua relação com a cultura e a educação começou cedo na vida de Arany Santana. Natural de Amargosa seu pai foi marceneiro e músico da filarmônica da cidade, e sua mãe, costureira, fazia as roupas dos ternos de reis. Arany e sua família migraram para Salvador após o golpe militar de 1964, quando ficaram visados em sua cidade natal devido às reuniões de artistas e intelectuais que aconteciam em sua casa.
Cidadã Soteropolitana por mérito e reconhecimento, cursou o ensino médio no Colégio Central e foi ativa na revolução estudantil que acontecia na cidade. Saiu do movimento estudantil e se formou em Letras no ano de 1974, indo ensinar em Castro Alves, no interior da Bahia.
Filha dos ventos, sob a proteção de Iansã, é especialista em Língua e Cultura Kikóongo e em História da África e possui um histórico atrelado à cultura e militância étnica que resiste há anos.
“Nunca deixei de militar, de ir para o enfrentamento. Fizemos tantas coisas quando não se tinha acesso a tantas facilidades como se tem hoje. E a cultura realmente foi a salvação de tudo isso, a cultura sempre esteve em primeiro lugar na minha vida”, reflete a secretária.
Foto: Rosilda Cruz