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Bethânia e Zeca Pagodinho encerram turnê em Salvador
“De Santo Amaro a Xerém” terá última apresentação na Concha Acústita do TCA
Vai ser encerrada em Salvador neste sábado (26) na Concha Acústica do Teatro Castro Alves a turnê nacional do show “De Santo Amaro a Xerém”, com Maria Bethânia e Zeca Pagodinho, que teve lotação esgotada nas seis capitais por onde passou, incluindo a capital baiana no ano passado.
Tudo começou na gravação do CD/DVD “O Quintal do Pagodinho“ em 2016, quando cantaram juntos “Sonho Meu”, de Dona Ivone Lara. A parceria progrediu e, dois anos depois, Maria Bethânia e Zeca Pagodinho dividiram o palco pela primeira vez na turnê “De Santo Amaro a Xerém”. Em novembro de 2018, os dois artistas retomaram o espetáculo para marcar o lançamento do DVD, gravado no Citibank Hall em São Paulo, pela gravadora Biscoito Fino, levando ao público a magia deste encontro.
Batizado de “De Santo Amaro a Xerém” o projeto é uma referência à cidade natal de Bethânia e ao município fluminense onde Zeca tem seu sítio. “Quando marcamos os shows, conversamos, Zeca e eu, sobre o que nos une. O samba de roda da Bahia, o samba do Rio de Janeiro, a música, o gosto musical de cada um. Ele é um extraordinário intérprete do samba bem construído baiano. Falamos muito do que unia Santo Amaro e Xerém, Portela, Mangueira, sobre o prazer da cena. Porque pra fazer um show juntos tem que ter um sentido. Fazer uma música é uma coisa e um espetáculo em dupla é diferente”, conta Bethânia sobre como tudo se desenhou. “Zeca é uma personalidade muito forte e eu sou baladeira, sou da MPB, canto de tudo, do bregão vou para Fernando Pessoa, para a poesia misturada. Então isto tinha que estar bem claro, ele nitidamente com as potências dele e eu com as minhas”.
Música inédita de Caetano especialmente para o show
O repertório, assinado pelos dois e costurado pelo samba, veio cheio de referências de cada um. No show Bethânia e Zeca se alternam no palco e em duo em vários momentos e trazem surpresas como o “Você Não Entende Nada” (Caetano Veloso), com a divisão peculiar do Zeca, e Bethânia emenda com “Cotidiano” (Chico Buarque) e mais três músicas inéditas como a canção “A Surdo 1”, de Adriana Calcanhoto sobre a Mangueira, duas de Leandro Fregonessi, “De Santo Amaro a Xerém” e “Pertinho de Salvador” e a música de abertura “Amaro Xerém”, um autêntico samba de roda da Bahia escrito especialmente para o show por Caetano Veloso a pedido de Bethânia, depois de mais de 20 anos sem fazer uma canção para ela. Num dos versos da letra, ele diz: “Por essa luz eu disparo/ Sem repetir nehémnhémnhém/ O Brasil é que é meu faro/Levaremos tudo além/ É no samba que eu preparo/ De Xerém a Santo Amaro/ De Santo Amaro a Xerém…”
“Está sendo muito legal essa amizade com Bethânia. Ela me ensinou a ser um outro Zeca. Me fez ensaiar, cantar coisas que nunca cantei”, conta Zeca. “Os shows têm sido muito bacanas. Aprendi muito com ela, principalmente a não ficar muito preocupado. Ela diz, ‘Zeca vamos nos divertir’ e é isto que estamos fazendo no palco”, completa.
A direção musical é de Jaime Alem (violão) e Paulão Sete Cordas (violão) e a banda é formada pelos dois, mais Rômulo Gomes (baixo), Paulo Dafilin (violão e viola), Marcelo Costa (bateria/percussão), Jaguara (percussão), Esguleba (percussão), Alessandro Cardozo (cavaquinho) e Vitor Mota (sax e flauta).
A luz é assinada por Maneco Quinderé e o figurino de Maria Bethânia por Gilda Midani e o de Zeca Pagodinho por Juliana Maia.