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Documentário sobre Cildo Meireles estreia no Rio de Janeiro
“Ouvir o Rio: uma escultura sonora de Cildo Meireles” na programação da Cidade das Artes
O documentário “Ouvir o Rio: uma escultura sonora de Cildo Meireles”, que revela os processos de criação e investigação do artista plástico Cildo Meireles para realizar sua obra “Rio Oir” estreia na próxima terça-feira (19) na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A exibição faz parte da programação Terças das Artes e tem início às 22h00. A cineasta Marcela Lordy acompanhou o trabalho de Cildo enquanto ele captava os sons das principais bacias hidrográficas do país, buscando estabelecer a relação entre o homem e água e transmiti-la em uma escultura sonora.
Cildo Meireles o homem e o artista
Cildo Meireles comemora 70 anos de vida, sendo 50 deles dedicados às artes. Ele busca inspiração na natureza, uma das suas principais temáticas e chama a atenção para a importância da preservação ambiental através de seus trabalhos.
Cildo Campos Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Com 10 anos mudou-se com a família para Brasília. Em 1963 ingressou na Fundação Cultural do Distrito Federal, onde iniciou seus estudos de artes. Foi aluno do ceramista e pintor peruano Félix Alexandre Barrenechea e influenciado por ele passou a se dedicar ao desenho. Começou a realizar desenhos inspirados em máscaras e esculturas africanas. Em 1966 se preparou para o vestibular de Arquitetura na Universidade de Brasília, mas recebeu o convite do artista baiano Mário Cravo para expor seus desenhos no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador.
Em 1967, Cildo Meireles retornou ao Rio de Janeiro e durante dois meses estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Frequentou o ateliê de gravura do Museu de Arte Moderna. Abandonou temporariamente o desenho e se dedicou a um trabalho mais conceitual, voltado para a crítica das linguagens artísticas tradicionais. Nessa época, criou a série “Espaços Virtuais: Cantos com 44 projetos”, “Volumes Virtuais” e “Ocupações”, em que explora questões de espaço.
Unidade Experimental no MAM- Rio
Em 1969, Cildo Meireles, junto com Guilherme Vaz e Frederico Morais, fundam a Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), onde lecionou até 1970. Entre os anos 70 e 80 suas obras assumiram um caráter político, entre elas, “Tiradentes: Totem-monumento ao Preso Político”, “Quem Matou Herzog?” e “Inserção em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola”.
Cildo Meireles cidadão do mundo
Em 1971, Cildo Meireles viajou para Nova Iorque, onde trabalhou na instalação “Eureka/Blindhotland”, no LP “Sal sem Carne”, lançado em 1975. Trabalhou também na série “Inserções em Circuitos Antropológicos”. Em 1973, Cildo Meireles retornou ao Brasil e passou a criar cenários e figurinos para o teatro e o cinema. Em 1975 assumiu uma das direções da revista de arte “Malasartes”.
Cildo Meireles participou de várias bienais, entre elas: Veneza (1976), Paris (1977), São Paulo (1981, 1989 e 2010), Sydney (1992), Istambul (2003) e Liverpool (2004). Teve retrospectivas de suas obras realizadas no IVAM Centre del Carme, Valência (1995), Museum of Fine Arts, Nova Iorque (1999), Tate Modern, Londres (2008) e no Museum of Fine Arts, Houston (2009). Em 2008 recebe o Prêmio Velázquez de las Artes Plásticas, concedido pelo Ministério de Cultura da Espanha. Em 2009, sob a direção de Gustavo Moura, foi lançado o longa-metragem Cildo, sobre sua obra.
No dia 19 de novembro de 2012, foi realizada em Nova Iorque, no The New Museum, uma retrospectiva de Cildo Meireles, a primeira na história do museu a ocupar todos os três pisos de suas dependências, composta de cinco instalações, em escala ambiente para as salas e com a possibilidade de se caminhar entre elas. Expôs ainda, treze esculturas grandes e vários desenhos. Apresentou ainda uma única pintura do artista Barrenechea, uma homenagem a seu antigo mestre.