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Yacht Clube da Bahia resgata glamour do Clube Regine´s
A festa revival Regine´s Yach terá tmosfera das noites das décadas de 70 e 80
Uma viagem no túnel do tempo é o que vai proporcionar ao público o Yacht Clube da Bahia ao resgatar na sexta-feira (19) o glamour do clube que marcou as noites das décadas de 70 e 80, comandas pela empresária belga Régine Choukroun, em grandes metrópoles pelo mundo com o lendário Regine’s, um dos mais badalados clubes noturnos em todos os tempos.
No Brasil o clube privê reunia o que as colunas sociais chamavam de “crème de la crème” no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.
O glamour garantido no Regine´s Yach
Na capital baiana o Regine´s funcionou no Hotel Méridien, no Rio Vermelho, e toda atmosfera das noitadas será reproduzida agora nos salões do Yatch Clube , com cenografia assinada por Katia Kruschewsky que vai recriar os lounges com as mesinhas redondas, seus disputados pufes, o concorrido bar e a cascata de água cristalina. Fotografias de personalidades que freqüentavam o clube completarão a ambientação da festa “Regine´s Yach”, que terá como dress code sugerido: look elegante. O artista visual Aldinho Mendonça, habituè freqüentador do clube será o RP da noitada revival.Outras informações e reservas pelo telefone (71)21059123 ou (71) 21059112.
Breve biografia da Rainha da Noite
Sinônimo de festa, glamour e ousadia, Régine Choukroun imperou nas décadas de 1970 e 1980 com seus clubes noturnos Régine’s ao redor do mundo. Animou muito as noites do Rio, Salvador e São Paulo, multiplicando romances e até negócios.
Em fevereiro de 1974, a majestade da noite de Paris, Régine Choukroun, aterrissa no Copacabana Palace para passar o Carnaval no Rio. Muitos bailes e samba na avenida (na época, ainda na Rio Branco). Embora não fosse a primeira, sua passagem pela cidade lhe rendeu poses para fotógrafos na famosa Pérgula do hotel e, o que poucos imaginavam: ali ela fez seus planos para investir no mercado brasileiro.
O poderoso editor Adolpho Bloch viria a ser seu principal padrinho. Também da colônia judaica, era ele quem comandava as grandes revistas de então, como Fatos e Fotos, Amiga e Manchete, publicação que acabou dedicando quatro páginas à Régine em março do ano de sua visita carnavalesca. Na entrevista à Manchete, a empresária, que comandava dois restaurantes em Paris, o New Jimmy’s e o Reginskaia, e o clube Régine’s revelou detalhes de seu público, que não era fraco: “Aristóteles Onassis só bebe coca-cola e adora olhar os pés das pessoas, Marlon Brando é sofisticado, mas fingido. Brigitte Bardot não quer que o público a veja envelhecer. Sophia Loren está sempre representando um papel e faz isso muito bem”. No entanto, por de trás do glamour, ela nunca escondeu: ralava como poucas. Gostava de trabalhar na noite, se considerava notívaga, e nunca viajava de férias, apenas a trabalho. “Criar um clube é como criar um verdadeiro bebê. É preciso conceber, alimentar, vigiar e manter em boa temperatura”, disse ela em sua biografia “Régine, me chame pelo meu nome”. Sinônimo de noitada inesquecível era quando as pessoas recebiam convite com sua assinatura feita à mão, seguida por um “até breve”, como se despedia.
Do Limão à Caipirinha
Nascida em Bruxelas, filha de judeus poloneses, refugiada de guerra, conheceu pouco a mãe, que foi morar na Argentina. Seu pai, Joseph, grandalhão e galanteador, foi quem ficou com Régine e seu irmão, Maurice. O vício em carteado acabou não permitindo que Joseph cuidasse dos filhos, que acabaram passando parte da infância em pensionatos.
Sonhava em ser princesa e estrela e conseguiu mais. Foi rainha da noite e também brilhou no palco, cantando. Vendeu milhões de discos e ganhou o importante prêmio francês Grand Prix du Disque. Perfeccionista e com fama de exigente, pegava pesado no batente, em torno de 16 a 18 horas por dia, tudo para não passar as agruras do passado novamente: “Faço parte da raça das pessoas fortes, porque me fabriquei assim. Sofri muito quando criança, sofri com a guerra e decidi ser forte”, disse ela na entrevista da Manchete. “Paguei adiantado o meu preço de tristezas”, concluiu. Aos 16 anos fez um pacto com a felicidade e a liberdade. Maridos, dois, filho, apenas um, Lionel. Do segundo marido, Roger, ganhou o sobrenome com o qual ficou famosa: Choukroun.
Prezados
Comecei a frequentar o Regines, aqui em Salvador, por volta de janeiro de 1975. Depois fui conhecer o Regines no Rio de Janeiro e depois em São Paulo. A boite era um charme indescritível. Mulheres elegantes e muito bem arrumadas, quanto aos homens, nem tanto. Mas foram as noites mais felizes de toda a minha vida noturna. Pena que acabou e espero que esta festa, no Iate Clube, reviva aqueles grandes momentos