Nordeste
Estreia em São Luis o espetáculo “João do Vale – O Musical”
A peça faz parte das comemorações dos 200 anos do Teatro Arthur Azevedo
Como parte da programação que comemora os 200 anos do Teatro Arthur Azevedo, estreou nesta sexta-feira (8) o espetáculo “João do Vale – O Musical”, que conta a história do compositor maranhense que ficou conhecido com o Poeta do Povo.
Com direção de Vinícius Arneiro, o musical é estrelado por artistas maranhenses como os atores Vicente Melo, que interpreta João do Vale, Gisele Vasconcelos, que faz Nara Leão. O cantor Marconi Rezende faz o papel de Chico Buarque de Holanda, grande amigo de João. Um elenco da nova geração de artistas maranhenses dá vida à personagens marcantes na carreira do compositor. Estão em cena, por exemplo, Zé Keti, Luis Gonzaga e Luis Vieira, entre outros.
Em São Luis o espetáculo “João do Vale – O Musical” será reapresentado neste sábado (9) e domingo (10). Volta a cartaz nos dias 15, 16 e 17 de dezembro, sempre às 21h00.
Essa não é a primeira vez que o compositor maranhense ganha um espetáculo em sua homenagem. Em 2006 foi lançado o musical “João do Vale – o Poeta do Povo“, peça de Maria Helena Künner com direção musical de Marco Aurêh baseada na biografia “Pisa na fulô, mas não maltrata o Carcará“, escrita por Márcio Paschoal.
A trajetória de João do Vale
João do Vale nasceu João Batista do Vale, no município de Pedreiras, Maranhão, em 11 de outubro de 1934. Filho de agricultores pobres, vendia na praça da cidade balas, doces e bolos feitos pela mãe, como forma de ajudar na renda familiar. Chegou em São Luís aos 13 anos e se destacou no grupo de Bumba Meu Boi “Linda Noite”, pela seu talento como compositor.
Aos 15 anos fugiu de casa e foi para Teresina, no Piauí. Lá, trabalhou como ajudante de caminhão. Mas, seu sonho era ir para Rio de Janeiro. Viajou até Salvador e resolveu ficar por lá, por estar mais perto da capital carioca.
No Rio de Janeiro, trabalhou como pedreiro, em Copacabana. Com o objetivo de encontrar artistas que se interessassem por suas composições virou assíduo frequentador dos programas da Rádio Nacional. Insistente, em 1953 teve a primeira composição “Madalena” gravada por Zé Gonzaga. Depois dessa, outras músicas de João foram gravadas, como o sucesso “Estrela Miúda”, incluída no disco da cantora Marlene, em 1953. Com a repercussão, resolveu se dedicar exclusivamente à carreira artística. Daí para o estrelato foi um pulo. João do Vale foi convidado para compor a trilha sonora do filme “Meu Nome é Lampião”, de Mozael Silveira. Ainda na sétima arte fez participações nos filmes “Mãos Sangrentas“, dirigido por Carlos Hugo Chistensen em 1954 e “No Mundo da Luz” de Roberto Farias, em 1958.
Autor de muitos intérpretes
O autor de “Pisa na Fulô“, gravada por Ivon Curi, participou do show “Opinião” no início dos anos 1960, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa e que tinha no elenco Zé Keti e Nara Leão, posteriormente substituída por Maria Bethânia, que gravou a antológica “Carcará”. Artistas como Caetano Veloso, Tim Maia, Elba Ramalho e Amelinha também gravaram composições do maranhense.
Em 1973 lançou o disco “Se Eu Tivesse o Meu Mundo” e, ao lado de Chico Buarque, gravou em 1982 seu segundo disco. Chico Buarque também produziu o LP João do Vale Convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. João do Vale morreu aos 62 anos no dia 6 de dezembro de 1996, em São Luis.
Siga no Instagram: @plurallnewsoficial