Nordeste
Miguel Veiga desconstrói paradigmas da nudez
Em"Corpo Quântico de Unicidade" artista exalta o próprio corpo em mostra de esculturas
Um dos mais versáteis artistas de sua geração, o maranhense Miguel Veiga mergulhou no universo quântico para entre partículas atômicas, elétrons e prótons desnudar a singularidade do corpo humano. Buscou inspiração entre o equilíbrio e a harmonia da teoria defendida por Fritjof Capra no livro “Teia da Vida” e a “Introdução ao Pensamento Complexo“, de Edgar Morin, para criar sua impactante exposição “Corpo Quântico de Unicidade“.
Na mostra, que fica aberta ao público até o dia 27 de novembro na Galeria Trapiche Santo Angelo, em São Luis, esculturas que reproduzem o próprio corpo do artista provocam o espectador à uma tão oportuna reflexão sobre conceitos de repressão e censura, ao revelar a conexão entre a “unicidade singular” e a “unidade plural”.
“Esta exposição nos remete ao entendimento “quântico” em vibrações cósmicas, através do corpo desconstruído e a “unicidade”. Esse paradoxo é um dos vieses para a reflexão, que seria a necessidade de entendimento plural de “unidade” frente a singularidade da “unicidade”!
Muitas pessoas sentem-se atraídas, arrebatadas pelas obras e interagem com elas, talvez sentindo a necessidade da conexão cósmica e através delas reafirmar os laços de boas vibrações e amizades! É inexplicável, talvez metafísico”, defende o artista.
A versatilidade de um artista plural
Ator e artista visual, Miguel Veiga sempre se destacou em sua arte multifacetada. licenciado em Desenho e Artes Plásticas e especialista em Educação Artística pela Universidade Federal do Maranhão. Veiga é mestre em Pedagogia Profissional pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) em parceria com o ISPETP, instituição educacional sediada em Cuba, e doutor em Ciências da Educação pelo Instituto Ideia e Universidade Americana, parceria entre Brasil e Paraguai. Além de esculturas, a produção artística de Miguel Veiga inclui pintura e desenho, performances, instalações, cenografias intervenções, ambientações e consultorias.
Os sons da ancestralidade compõe a ambientação
Na instalação de Miguel Veiga na Galeria Santo Angelo, cada nincho é composto por duas esculturas de fibra de vidro, em lados opostos, entre espelhos, cascalhos, embalagens, interligadas por totens de tonéis de ferro oxidado.
Uma iluminação precisa e a trilha sonora criada pelo Dj Marcone Cutrim, a partir de um mix de matracas, pandeirões e zabumbas, instrumentos da cultura popular maranhense, garantem o tom mágico ao ambiente para uma viagem transcendental do espectador.
A exposição “Corpo Quântico De Unicidade” pode ser vista de segunda a sexta-feira das 14h00 às 19h00 e a Galeria Trapiche Santo Angelo fica na Praia Grande, Centro Histórico de São Luis.